sábado, 14 de dezembro de 2013

Von Graf





Ouvir o primeiro cd da Von Graf, autointitulado, é observar o nascimento de uma banda de sangue jovem com muita vontade de fazer rock. É possível ouvir a vontade de jovens que gostariam de ter nascido em outras décadas, mas que não reclamam disso porque sabem que hoje podem beber de diversas fontes e misturar seus ídolos de diferentes períodos temporais como bem entenderem. E eles soam bem buscando seu próprio som.
A primeira impressão é de uma banda de garagem com um som que soa como Jet e Autoramas, querendo agradar as meninas que querem dançar e os meninos que só querem bater cabeça. Os integrantes bem jovens claramente beberam na fonte do rock alternativo que surgiu a partir dos anos 2000 nos Estados Unidos, Inglaterra e Brasil.
O cd segue dissecando todas as bandas que os integrantes estiveram ouvindo desde que começaram a fazer downloads. O backing vocal de “A boliviana” parece uma homenagem à influência do Cachorro Grande na formação da banda. O riff fácil e repetitivo dessa mesma faixa remetem a Jet, The Hives e Kaiser Chiefs. É claro que estes novos nomes são apenas as sonoridades mais recentes, remetendo a um passado mais distante é possível ouvir The Who em suas playlists de referência, assim como estiveram nas bases de seus ídolos mais recentes.
Leve experimentações com sintetizadores e distorções depois de “Chega mais perto” deixam no ar a influência dos anos mais maduros de Led Zeppelin, Beatles, e por que não relembrar Raul Seixas? Mas todos estes sons muito bem camuflados pelas atuais tecnologias que dão nova roupagem à psicodelia sutil existente em algumas músicas.
Ao final do álbum, depois do combo de músicas dançantes, baladas e visível esforço em procurar uma nova sonoridade dentro do quase desgastado indie rock, devemos considera-los bem sucedidos para uma primeira tentativa. A Von Graf está pronta para começar. Seguiu às riscas as regras do mercado. Seus integrantes vestem sempre ternos ajustados em shows e em fotos de divulgação. Suas músicas soam como os mais famosos do rock alternativo que estão em alta há uma década. Até mesmo se utilizaram da estratégia de começo de carreira do Arctic Monkeys ao distribuir seus cds gratuitamente nos primeiros shows. Apesar de muito jovens, seus integrantes fazem um rock que sonha em ser grande, são letrados sobre o que o mercado gosta e prometem uma boa evolução à frente.

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